19/02/2008

** SoNeTo

Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.
As estrelas dirão: - "ai nada somos,
pois ela se morreu silente efria..."
E pondo os olhos nela como pomos
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.
A lua, que foi carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la,
entre lírios e pétalas de rosa.
E os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: - "porque não vieram juntos?"

(Alphonsus de Guimarães)