Ok: A gente quer encontrar alguém bonito, inteligente e espirituoso, alguém que não seja muito exibido nem vaidoso demais, que tenha um papo cativante e esteja parado na nossa.
Mas e se beijar mal? Sem chance.
Tem que beijar bem, tanto eles quanto elas.
Quando escuto alguém dizendo que Fulano beija bem e Sicrano beija mal, quase volto a acreditar em histórias da carochinha.
Beijo é a sorte de duas bocas entrarem em comunhão.
Pode um Rafael beijar uma Ana e ser uma explosão vulcânica, e o mesmo Rafael beijar uma Cristina e ser um encontro labial de dar sono.
Pessoas não beijam bem ou mal: casais se beijam bem ou mal.
Há sempre dois envolvidos.
A definição de um beijo bom é que pode ser questionável, mas quem está no meio do entrevero quase sempre reconhece o ósculo sublime.
Beijo bom é beijo decidido, mesmo que a decisão seja levá-lo devagar ao longe.
Beijo bom é beijo molhado, em que os beijadores doam tudo o que há para doar na cavidade bucal, sem assepsia, entrega absoluta.
Beijo bom é beijo sem pressa, que não foi condenado pelos ponteiros do relógio, que se perde em labirintos escuros já que, é bom lembrar, estamos de olhos fechados.
Beijo bom é beijo que você não consegue interromper nem que quisesse.
Beijo bom é beijo que não permite que seu pensamento tome forma e voe para outro lugar.
E, por fim, beijo bom é o beijo que está sendo dado na pessoa por quem você é completamente apaixonada.
Existe beijo ruim? Existe.
Beijo sem alma, beijo educado demais, beijo cheio de cuidados, beijo curto, beijo seco.
Mas uma coisa é certa: precisa dois para torná-lo frio ou torná-lo quente.
Todo mundo pode beijar bem, basta nossa boca encontrar com quem.